Mesmo quando uma organização tem um ótimo desempenho, reservar um tempo para refletir e, se preciso, fazer mudanças em processos estabelecidos, pode ajudar os líderes a navegarem até mesmo nos mares mais bravos. Especialmente quando completamos alguns marcos na nossa vida, fica impossível não parar para fazer esse balanço. Eu fiz e compartilho aqui minhas 14 lições mais valiosas.
Aprendi que o tempo passa muito rápido e atropela as ideias. Isso quer dizer que sentamos e planejamos mil coisas, mas somos engolidos na rotina do dia a dia, deixando uma pilha de sonhos engavetados. Esforce-se para tirá-los da gaveta!
Aprendi que a vaidade destrói lindas ideias e parcerias. Não importa o quão inteligentes as pessoas acham que são, elas devem estar sempre abertas a mudanças e prontas para se adaptar. Precisamos aplicar essa perspectiva com financiadores, parceiros e aqueles a quem servimos.
Aprendi que nesse setor alguns grupos se protegem entre si para que os novatos não tragam suas novas ideias e balancem o coreto. Mas aprendi também que as parcerias certas podem mover montanhas! Não se deixem intimidar!
Aprendi que quem está na ponta sabe o que faz e faz muito bem feito com pouco ou nenhum recurso. São essas experiências que podem se tornar modelo para políticas públicas eficazes.
Aprendi que a vida não é justa. Quem tem dinheiro consegue testar e errar, até acertar. Para quem não tem, fica difícil até se mover. Este é o tamanho do desafio que a maioria das ONGs enfrentam: para que possam executar seus projetos com qualidade, é fundamental que invistam nas suas estruturas.
Aprendi que ter alguém que confia em seu potencial faz toda a diferença e traz resultados. Os processos criativos precisam de espaços flexíveis, onde é possível se mover livremente e até errar: um erro serve para “adubar o terreno” em que novas ideias surgirão.
Aprendi a não acreditar em tudo que vejo nas mídias e redes sociais e a nunca comparar o meu trabalho com essas imagens fantasiosas. Organizações que investem na busca incondicional pelo view são como castelos de areia. Uma hora caem, pois são vazias.
Aprendi que liderar é solitário, mas quando você encontra um grupo de confiança as trocas são incríveis! Encontros para trocas simples pode oferecer ideias e soluções que não estão no radar nem mesmo dos tomadores de decisão mais bem-intencionados.
Aprendi a perseguir o autocuidado. Lideranças do terceiro setor costumam enfrentar uma rotina exaustiva, abraçando múltiplos papéis e frequentemente se sentindo isolados. Mas os intervalos, além de fundamentais para preservar a saúde física e emocional, são fontes de inspiração para desafios organizacionais.
Aprendi que muita gente precisa criar projetos autorais, mesmo que sejam cópias recauchutadas de antigas ideias. Todos nós queremos ter a próxima grande ideia. Às vezes, devido ao tempo e aos recursos, isso simplesmente não é possível. Se sua ideia não for nova ou criativa, mas funcionar bem para atingir um público-chave e reunir doações, isso é perfeitamente bom!
Aprendi que trabalhar duro é para poucos. Encontre esses poucos. Há uma frase na música “Circle of Life”, de Elton John (em O Rei Leão!) que diz que “há mais para se fazer do que pode ser feito”. Por tanto, é somente assim, com trabalho duro, que você alimenta a mudança contra todas as probabilidades.
Aprendi que sempre serei vilã na história de alguém e já durmo bem com isso. Portanto, quebre o máximo de barreiras que puder e está tudo bem se alguém não gostou!
Aprendi a não julgar pessoas que vivem em realidades completamente diferentes de mim e a ser empática a isso. É preciso humildade para manter a mente e o coração abertos para criar espaço dentro de si para o aprendizado contínuo.
Aprendi a ser fiel às minhas crenças e a dizer mais nãos. Ao entrar no terceiro setor, fiquei surpresa ao ver que nem todo mundo está realmente alinhado com os valores de sua missão. Para mim, proteger a humanidade é uma responsabilidade de tempo integral.