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Uma reviravolta na vida de Rebeka
Durante seis anos, Rebeka trabalhou como atendente numa empresa de varejo. No fim de 2021, ela ficou desempregada e passou a ter dificuldades para sustentar a filha. Quando soube do programa da Generation para formação em desenvolvedor Full-Stack Java Jr para mulheres, prioritariamente pardas e pretas, LGBTQIA+ e com deficiência, viu uma chance de iniciar uma transição profissional.
Realizado pela organização na cidade de Recife e Região Metropolitana, o programa contou com a participação de 75% de mulheres negras, com idade entre 18 e 30 anos. Ao longo do bootcamp da Generation, Rebeka demonstrou um alto nível de comprometimento: obteve certificações em tecnologia, participou de eventos de empregabilidade e também participou ativamente do grupo de afinidade de mães e pessoas cuidadoras, organizado pela equipe de Bem-Estar Social da Generation.
O curso foi oferecido em formato online e intensivo, combinando habilidades técnicas e competências comportamentais. Com essa nova perspectiva profissional, ela iniciou um curso superior em Análise de Desenvolvimento de Sistemas, paralelamente ao bootcamp, e em pouco tempo conseguiu um emprego. “Um mês depois de receber minha certificação, em setembro de 2022, fui aprovada no processo seletivo da PagBank/PagSeguro, uma das maiores empresas de serviços financeiros do Brasil, como estagiária em engenharia de software”.
A Generation foi uma das seis organizações que receberam apoio do Instituto Phi e Instituto Coca-Cola Brasil, durante 6 meses, para preparar jovens em situação de vulnerabilidade, especialmente mulheres e negros, na área de inovação e tecnologia. As iniciativas selecionadas receberam um investimento de cerca de R$ 1 milhão, financiado pela The Coca-Cola Foundation.
Estima-se que até 2025 haverá, no Brasil, mais de meio milhão de vagas disponíveis no setor tecnológico sem profissionais capacitados para preenchê-las. Mas por meio de formação e oportunidade, histórias como a da Rebeka serão cada vez mais comuns. “Agradeço a minha família e amigos que estiveram ao meu lado nessa trajetória. Obrigado Generation Brasil por essa oportunidade, e a todos os nossos instrutores e instrutoras que estiveram nos guiando nessa jornada!”, disse Rebeka.
Torto Arado
Torto Arado retrata o “Brasil profundo”, que, segundo o autor, é um termo que engloba as pessoas que ainda estão invisibilizadas, mas têm uma potência criativa e de vida que pode explicar o país, o que não é exaltado ou abordado. O romance mostra a realidade de uma família que vive em uma fazenda, no sertão da Bahia, em condições de trabalho análogo à escravidão.
A obra, vencedora do Prêmio Jabuti, aborda as relações sociais na região onde se passa a história fictícia e traz à tona problemas que ainda estão presentes em nossa sociedade. O livro apresenta também a força, as estratégias e as crenças da população para enfrentar as dificuldades e sobreviver. Vale a pena a leitura! “Phica” a dica.
Vigência: livro.
Litro de Luz: iluminação sustentável para comunidades quilombolas
A energia elétrica está presente no cotidiano de milhares de pessoas, seja em casa ou na rua. Ela possibilita desde ações simples, como ligar um aparelho na tomada, até demandas mais complexas realizadas em prol do bem comum, como a iluminação de vias públicas. Mas o acesso à energia não é possível para todos os indivíduos.
Com o objetivo de resolver os principais problemas relacionados à falta de iluminação, o Litro de Luz tem a missão de melhorar a qualidade de vida das pessoas por meio de soluções sustentáveis. Para isso, trabalha com uma metodologia própria de Desenvolvimento Social que permite a capacitação de moradores para a instalação, replicação e manutenção de sua tecnologia.
Com o apoio do Phi, três comunidades – Bombas, Nhunguara e Praia Grande – localizadas na região do Vale do Ribeira, no estado de São Paulo, receberam uma ação de iluminação com lampiões solares. Ao todo, foram 11 dias de atividades na região que incluíram a formação de embaixadores, a montagem e a distribuição dos lampiões para as famílias quilombolas.
A partir da iluminação sustentável, feita de materiais simples como cano PVC e garrafa PET, algumas tarefas, antes realizadas pelos moradores somente durante o dia, podem ser feitas em qualquer horário. “Agora consigo lavar minhas panelas à noite, já ajuda muito com o trabalho do dia”, disse Vera, moradora do quilombo de Bombas. Para Camilo, do quilombo de Praia Grande, hoje é mais tranquilo andar de barco à noite, principalmente quando o rio está baixo.
Mais de 200 pessoas foram impactadas diretamente pela ação e os resultados são surpreendentes. “Ajudou muito mesmo, porque antes a gente gastava muito com querosene, agora com o lampião do Litro de Luz não gastamos mais e posso usar esse dinheiro para alimentar meus filhos”, disse Edilaine, moradora do quilombo de Bombas.

Filantropia para preservar a rota do kitesurfe
É por meio da cultura filantrópica que um grupo de praticantes de kitesurfe vêm buscando preservar o que há de mais valioso na prática esportiva: os paraísos naturais do litoral brasileiro, especialmente o nordestino, e suas comunidades. Acaba de ser lançado o Soul Nordeste, um movimento de fomento a projetos sociais locais em regiões onde se pratica o kite, com o objetivo de assegurar seu desenvolvimento sustentável. O Instituto Phi é o gestor financeiro da iniciativa, garantindo que todos os doadores conheçam os projetos beneficiados e como os recursos serão investidos.
Contribuir para o turismo em torno do kitesurfe é importante sim, mas para o turismo responsável e a popularização do esporte de maneira educada e saudável. E esse grupo, que tem como embaixadores entusiastas do kite como os empresários André Diniz, sócio-fundador da galeria de arte Urban Arts, e Leandro Farkuh, fundador da Bio2 Organics, entendeu que não há forma melhor de se proteger uma região que através do fortalecimento comunitário.
Ninguém, afinal, conhece melhor as peculiaridades, vulnerabilidades e, principalmente, potencialidades de uma região que seus moradores. Uma população consciente e engajada é fundamental para a transformação do território onde ela está inserida.
Quem quer ajudar a impulsionar o desenvolvimento sustentável em regiões da rota do kitesurfe nacional pode fazer uma doação para o Soul Nordeste através da plataforma BSocial (https://www.bsocial.com.br/causa/soul-nordeste).
Confira a conversa que o Instituto Phi teve com André Diniz:
Como nasceu o Soul Nordeste?
O kitesurfe vem crescendo muito e movimentando o turismo nacional e internacional para as regiões onde se pratica o esporte. O Soul Nordeste nasce, então, inspirado na “cultura aloha”: o Havaí é a meca do surfe, gente do mundo inteiro vai lá para surfar, mas existe um código de respeito à cultura local, ao meio ambiente. E no Brasil a gente vê em alguns lugares o crescimento desordenado, o agravamento das desigualdades. Então, o espírito é estimular e educar tanto o brasileiro quanto o estrangeiro para cuidar deste nosso paraíso.
Que projetos podem receber o apoio do Soul Nordeste?
Projetos sociais bacanas de qualquer causa, como educação, saúde, meio ambiente ou geração de renda, em lugares onde se pratica o kite. Já temos três projetos apoiados, que são o Downwind Solidário, do Instituto Dharma; o ESG Kite e o Instituto Caburé. O primeiro é de expedições médicas voluntárias em comunidades remotas do interior do Piauí e Maranhão, o segundo é de ações socioambientais educativas e apoio a escolas de kitesurfe das cidades costeiras para ensinar crianças em situação de vulnerabilidade e o terceiro é um projeto na área de educação em Barrinha, no Piauí. Ainda não captamos recursos, mas estamos trabalhando para tornar esses projetos aptos a receber verba incentivada.
É um projeto também de educação ambiental?
Sim, já temos pôsteres prontos para iniciar a campanha nos kitecenters do litoral nordestino. Queremos influenciar os praticantes a viver de forma plena a cultura do kitesurfe, reforçando códigos de ética no esporte, regras de segurança na água e boas práticas para a vida. Acreditamos que, por meio de atitudes responsáveis, seja possível uma convivência justa e harmoniosa entre velejadores, comunidade e ambiente.

O caminho de Samuel para aprender a programar

Samuel Fontineli, 29 anos, é de Sobral, interior do Ceará. Tem mulher e uma filha de menos de um ano. Reproduzindo a tradição secular da migração de populações nordestinas para o Sudeste, ele deixou sua cidade natal em busca de melhores oportunidades. Mesmo sem ter tido acesso a cursos de formação em tecnologia, Samuel hoje realiza o sonho de estudar para ser um engenheiro de software e ingressar neste inovador mercado. Ele conquistou uma vaga no Instituto 42Rio, programa de formação de profissionais gratuito, apoiado pelo Instituto Phi.
Com dois campi no Brasil, no Rio e em São Paulo, a proposta do instituto que faz parte de uma rede global é oferecer uma educação democrática: basta ter a partir de 18 anos e saber usar um mouse e um teclado. O aluno não precisa ter conhecimento prévio de programação, nem ter diploma de qualquer nível de ensino. Os candidatos passam por um processo de seleção que valoriza saberes não necessariamente revelados através dos métodos tradicionais. Dos aprovados, 47% têm renda familiar de até três salários-mínimos:
“O nosso processo seletivo dá conta de um eventual gap de conhecimentos. O Basecamp, terceira e última etapa, é uma imersão de 28 dias na qual o aluno que não conhece programação aprende o básico; 77% dos nossos alunos nunca tinham trabalhado com tecnologia”, explica Ana Cristina Maia, diretora executiva da 42.
Samuel, que sempre gostou de tecnologia, conheceu a 42 através de um youtuber que seguia. Em 2020, ele se candidatou a uma vaga no campus de São Paulo. Mas veio a pandemia de Covid, o processo seletivo ficou parado por um tempo e, na urgência de transformar sua própria vida, vendeu o que tinha e decidiu ir para Belo Horizonte (MG).
“Enquanto distribuía currículos, morei na rua, tomei banho em fontes públicas, me alimentei de doações. Para não carregar a mochila com meus livros de programação durante o dia todo, escondia os volumes, envoltos num saco plástico, dentro do esgoto”.
Samuel acabou conseguindo emprego, mas não na área que queria. Trabalhou com descarga de mercadorias, depois num supermercado. Em 2021, decidiu voltar para o Ceará. Reatou com a mulher, Jéssica, que ficou grávida de Ashley, quando foi convocado para a última etapa da seleção da 42 São Paulo: Samuel não passou.
Mas desistir não estava nos planos do rapaz. No início de 2022, abriu o processo seletivo para o novo campus, do Rio de Janeiro, e ele se candidatou novamente. Com sua força de vontade e resiliência, desta vez, foi aprovado em todas as etapas.
“No Basecamp, que foi online por causa da pandemia, eu estudava das 5h da manhã às 8h da noite. Eu entrava em algumas lives com minha filha dormindo ao lado, então tentava falar baixinho. Quando era depois de meia-noite, só podia falar por texto para não acordar a Ashley, ainda bem que o pessoal era bem compreensivo”, diverte-se Samuel. “Cheguei ao fim com a sensação de que aquele, sim, era o Basecamp que eu precisava ter feito”.
Na 42, a aprendizagem se baseia no modelo peer-to-peer, o que significa que não tem aula nem professor: os alunos devem trabalhar em grupo para avançar nos projetos que são propostos, agindo como instrutores e aprendizes. O campus funciona 24 horas por dia, nos sete dias da semana, e o programa dura em média três anos, dependendo do empenho e dedicação de cada aluno.
Como Samuel não tinha como se sustentar no Rio de Janeiro, ele conseguiu uma bolsa da 42. O aluno mora num pensionato, se dedica integralmente ao programa e quer se especializar em segurança da informação. Aí, ele parte para a próxima etapa do sonho: conseguir um emprego e uma moradia para trazer Jéssica e Ashley do Ceará.
“Ficar distante de minha família é difícil, mas eu e minha mulher encaramos como uma oportunidade. Onde eu vivia não tinha saúde, educação, lazer de qualidade. Queremos uma vida diferente para nossa filha”, diz ele.
Vigência: inclusão produtiva, inclusão tecnológica, tecnologia.
Mapa do Impacto Social – MAIS
Que tal inscrever sua organização em um mapa nacional? O MAIS – Mapa do Impacto Social vai gerar dados ainda mais precisos e atualizados sobre o terceiro setor no Brasil. A plataforma é colaborativa e quer democratizar os investimentos sociais para todos.
Mais do que informações qualificadas, a plataforma é o espaço de conexão entre os principais apoiadores do ecossistema, fomentando MAIS oportunidades para todos, melhorando a vida de um número maior de pessoas e do planeta. A iniciativa é uma coalização entre mais de 20 organizações, totalmente coletiva, liderada pelo Instituto Phi e pela Impact Beyond.
Para cadastrar sua OSC, clique aqui.
O Momento de Voar
A autora do livro, Melinda Gates, conta porque acredita que é preciso empoderar e fortalecer a autonomia das mulheres para realmente mudar o mundo. Ao longo de sua trajetória como filantropa, através da Fundação Bill & Melinda Gates, ela conheceu diversas pessoas e iniciativas de transformação social, por isso define que esses pontos são cruciais para construir um mundo mais justo.
O livro traz histórias emocionantes e apresenta dados sobre causas que precisam de atenção como combate ao casamento infantil e desigualdade de gênero no mercado de trabalho. O “Momento de Voar” é um convite para as pessoas perceberem que podem voar cada vez mais alto em busca de seus sonhos e de uma sociedade mais igualitária.
Vigência: livro.
Boletim Phi: a conexão entre bem-estar e mudança social

Cuidar do bem-estar individual dos agentes de mudança tem um efeito cascata positivo nas organizações, melhorando a capacidade de inovação e impacto social. Esse é um dos temas da nova edição do Boletim Phi, que também reflete sobre como empresas podem mobilizar colaboradores em ações sociais e traz novidades do terceiro setor e do Instituto Phi. É só chegar! Acesse o Boletim Phi aqui.
Vigência: desenvolvimento sustentável, mudança social, responsabilidade social, terceiro setor, transformação social.
Empreendedor social é finalista de prêmio mundial de estudantes empreendedores
É através da tecnologia que Diogo Bezerra decidiu transformar a vida de jovens da periferia de São Paulo. Ele é fundador do Mais1Code, negócio social que oferece cursos gratuitos na área de programação, e está concorrendo ao The Global Student Entrepreneur Awards (GSEA), maior competição global de empreendedorismo entre universitários.
A partir do ensino e da criação de soluções tecnológicas, o Mais1Code permite que os alunos se tornem protagonistas da própria jornada. Hoje, atua em diversas comunidades do Brasil oferecendo acesso ao ensino tech para jovens de baixa renda e conectando com oportunidades de emprego.
A história de Diogo mostra o poder transformador da doação e da educação. Quando criança, ele recebeu doações de materiais para continuar os estudos. Atualmente, é formado em Marketing e cursa a segunda graduação em Publicidade e Propaganda.
Confira a entrevista que ele deu para O Regional aqui.
O Menino que descobriu o vento (Reino Unido, 2019)
De que forma o ensino pode impactar as crianças e possibilitar uma mudança social? Baseado em uma história real, o filme “O Menino que descobriu o vento” conta como um menino, inspirado por um livro de ciências, construiu uma turbina eólica para salvar seu vilarejo da fome.
O filme estimula a reflexão sobre como a destruição da natureza afeta a vida das pessoas e sobre a importância da educação para transformar a sociedade, além de outros temas, como crise familiar e superação de dificuldades.
Vigência: filme.
Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021
Boletim Phi: caminhos para a transformação social

Nesta edição do Boletim Phi, apresentamos ações que vêm sendo desenvolvidas pelo Instituto Phi e parceiros que ajudam a fortalecer a gestão e ampliar a influência de OSCs e coletivos de diferentes causas, levantar dados relevantes a respeito do setor e articular parcerias local e globalmente para potencializar os resultados positivos gerado por essas organizações.
Tudo isso para que sejam capazes de fazer ainda melhor o que já fazem tão bem: proporcionar oportunidades sociais, ambientais, culturais e econômicas para tantas pessoas em tantos lugares do nosso imenso país. Vem com a gente? Clique aqui para acessar e boa leitura!
Vigência: medição de impacto, terceiro setor, trabalho em rede, transformação social.